Sei que demorei mas garanto que não parei.
Natal, avaliações, novos pacientes e agora ceias de Ano Novo para muitos.
Vamos falar de algo importante para a maioria dos que ao meu lado estão.
Sejam pacientes ou amigos aqui está.
Bjos.
COTOVELO DE TENISTA
O cotovelo do tenista (TENNIS ELBOW) geralmente atinge pessoas com idade entre 35 e 55 anos e é o apelido para a tendinose do tendão do músculo extensor comum dos dedos ou outro tendão extensor no cotovelo, também conhecida como Epicondilite Lateral. Atualmente, algumas literaturas, consideram a Epicondilite medial e a tendinose do tríceps como também sendo Cotovelo do Tenista, e definitivamente não é uma lesão exclusiva de tenistas.
Esta é uma Lesão por Esforço Repetitivo (LER), causada por microtraumas de repetição, que deixa o tendão completamente desorganizado, perdendo a capacidade de absorver cargas, sejam elas pequenas (vida diária) ou grandes (jogo). Essa patologia pode ter o quadro clínico agravado tornando-a forte, marcante e persistente caso os traumas sejam mantidos.
Fatores Predisponentes:
_ Erro biomecânico do gesto esportivo ou erro no tempo da bola, colocando um estresse indevido no antebraço.
_ Troca de raquete e/ou encordoamento com tensão muito alta.
_Tamanho do “grip” inadequado.
_ Superfície dura. Faz com que a bola bata com mais força na raquete.
_ Aumentar a intensidade dos jogos ou o número de partidas por semana.
_ Aprendizado de um gesto novo.
_ Musculatura do tronco e ombro deficiente. O golpe do tênis inicia nas pernas e a energia é transmitida para o tronco e deste para a escápula / ombro e por fim mão/raquete, com este conjunto deficiente (fraco ou desorganizado) há uma sobrecarga nas articulações levando a lesão.
A dor é localizada na ponta óssea do cotovelo (epicôndilo) ou pode ser irradiada do antebraço para o punho, e apresenta 3 estágios:
1˚- Dor ao inicio do jogo: Passa com o aquecimento
1˚- Dor ao inicio do jogo: Passa com o aquecimento
2˚- Dor durante o jogo: diminuição da força e incapacidade de realizar o gesto perfeito.
3˚- Impossibilidade de jogar e dor para atividade de vida diária.
O 2˚ e o 3o estágio são considerados crônicos e tem possibilidade de ocorrer ruptura ou degeneração de fibras do tendão, o que torna a lesão extremamente grave. Mas nem toda dor “de cotovelo” é Tennis Elbow. Para um diagnóstico correto é recomendável realizar uma boa avaliação em profissional que conheça a atividade esportiva e o mecanismo de lesão.O uso de infiltração para esta lesão é questionável, e apenas o médico poderá definir o seu valor.Muitos optam em usar um “brace” (contenção) no antebraço. Esta pratica deve ser abolida, pois vicia o tendão a trabalhar com a diminuição da carga e o atleta pode perder a capacidade de jogar sem o “brace”, além de mascarar a lesão.O tratamento definitivo é a tentativa de reorganizar o tendão.
Conseguimos isto através de fisioterapia específica para o processo inflamatório, acupuntura analgésica necessária para manipulação, cicatrização e reorganização das fibras músculo-tendínea com uso quando necessário de eletroestimulação, laser, exercícios que promovam a síntese de colágeno. Este reforço deve ser gradativo, e envolver todas as articulações utilizadas.
Avaliar o movimento ósteo articular tem importância fundamental, podendo sugerir a utilização de técnicas como a de Mulligan.
Técnica de Mulligan
Muito tem se estudado e discutido a melhor maneira de tratar esta lesão, tão incapacitante e de difícil manejo quando crônica, sendo assim, o que se tem de mais seguro é iniciar o tratamento imediatamente e principalmente prevenir.
Lembretes Importantes:
1-A mudança do material e a correção do gesto são fundamentais para a cura total do quadro.
1-A mudança do material e a correção do gesto são fundamentais para a cura total do quadro.
2-Alongue-se corretamente e nunca sem ter aquecido antes.
3-Dormir com o braço flexionado causa a dor, devido à diminuição da circulação que a posição proporciona, deve-se evitar sempre esta posição, pois o tendão tem uma cicatriz fibrosa, mesmo depois de assintomático.
4-Sempre que sentir que está entrando em fadiga, pare imediatamente com o movimento, relaxe e alongue.
5-Tenha o hábito de apertar uma bolinha macia várias vezes ao dia.
6-Usar gelo por 15’ em casa sempre que realizar trabalhos manuais que exijam demais o braço e depois de jogo ou treino.
7-IMPORTANTE: esta é uma lesão difícil, apenas com paciência e boa conscientização poderá chegar à cura.
8-Não abuse das melhoras, vá gradativamente sempre.
9-Não abandone o tratamento.
* Baseado em artigo publicado pela Dra.Silviane Vezzani em 2007 no site Tênis Show.